14 de maio de 2008

Piscina, verde e fragilidade.





Uma piscina vazia, cheia de folhas amareladas do outono.
Soprou um vento forte que emboca na piscina e levanta-as formando um redemoinho.
O redemoinho percorre um jardim cheio de flores coloridas e bem plantado, as folhas se direcionam a uma velha árvore com aparência de quase seca e que abriga uma menina de cabelos lisos loiros e com uma franja reta. Ou não tão reta assim, tinha um corpo esguio e carregava uma bolsinha com alguns desenhos de bolinhas com suas próprias expressões faciais.

A menina se chama Maryeth Noris.
Sempre foi um pouco anti-social e de pouca convivência com crianças de sua idade, isso se deve ao fato que os pais a super protegem do mundo.
Talvez os pais dela estejam certos, talvez não, é uma questão de ponto de vista, ponto de vista dela e deles.

Naquela tarde Maryeth havia ido observar se encontrava alguma lagartixa sob as sebes ao redor do muro de sua casa. Casa está que na verdade era um bom chalé francês com tudo que alguém poderia desejar. Várias pessoas pensam que ricos não trabalham, Maryeth gostaria que isso não fosse só um mito, pois ela sabia que pelo menos os pais dela não deixavam de trabalhar, sua mãe uma bancária e seu pai um acionista da bolsa de valores francesa. A casa se localizava em uma região distanciada de Grenoble, que se localiza a oeste na França.

De sua casa Maryeth podia ver ao longe os Alpes suíços, e ela sempre tinha a curiosidade de como deveria ser escalá-los. Mas os pensamentos dela foram interrompidos no momento que ouviu um guixo agudo vindo de trás de uma das sebes, seguido de uma movimentação intensa.

Ela foi até a árvore quase seca e retirou um dos galhos de mais fácil acesso que encontrou, e se dirigiu ao local onde haverá o tal acontecido.
Ao chegar no lugar ela arregalou os olhos de espanto, pensou estar ficando louca, e chegou a limpar os olhos com as mangas de seu casaco para ver se o que estava enxergando era realmente real.

O que ela via não era uma lagartixa comum, se destacava por ser valente e alem disso ter uma listra preta e amarela nas costas. Maryeth não sabia muito sobre lagartixas mas sabia que animais muito coloridos representavam perigo e poderiam ser venenosos pois já lera isso em algum livro sobre biologia.

Mas o fato que mais chamava atenção era o de que a lagartixa estava com uma pata traseira presa num arbusto e mexia a boca como se estivesse sussurrando algo.

A menina Maryeth espantada com a cena, falou:

- Er, que coisinha mais estranha esse bixo.
No mesmo momento a lagartixa fixou os olhinhos pretos nela e falou:

- Menina não fique olhando e me tire daqui ligeiro, rápido, rápido, eles vão me pegar.

Maryeth se espantou e por reflexo atingiu uma paulada na lagartixa, que gritou de dor dizendo:

- Rapiiiiiiiiid...

O golpe foi tão certeiro que Maryeth não sabia se havia cometido um assassinato ...
Mas derrepente Maryeth ecorregou na calçada, caiu e morreu.

a fragilidade da vida, e historias inacabadas

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